É um desafio lutar. Desistir, quase sempre, é mais fácil. As pessoas não desistem de uma hora para outra. Elas vão abrindo mão nas coisas pequeninas do cotidiano. Vão desistindo a conta gotas, abrem mão de situações preciosas, de pessoas especiais, e sentimentos singulares, e nem percebem isto.
Engraçado, muitas vezes, numa relação, alguém toma a iniciativa de ir embora, não porque quer, mas porque o outro, ainda que esteja de corpo presente, já não está ali a muito tempo. Tem gente que desiste e nem percebe que está fazendo figuração, perde o protagonismo da existência. Quem não quer mais pagar o preço, deveria ter a ousadia de sair de campo. Pois é doloroso demais criar situações que obriguem a parte que ainda ama, desistir.
E, mesmo assim, precisamos tomar cuidado com esse negócio de viver desistindo das coisas diante de contradições superáveis. Isso molda a nossa mentalidade, esta lógica passa a mediar o olhar para o mundo. Aos poucos vamos nos acostumando com a derrota. Perder torna-se rotina dominante. E outra angustia, outra forma de estar derrotado, é se desgastar lutando por quem já desistiu... é viver em prol de quem já te sepultou...
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