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Por Elboni

Ultimamente estou tendo um contato mais próximo com as minhas carências e vulnerabilidades. Me sinto como se estivesse gostando mais de abraços e beijinhos do que um dia já disse gostar. E estou até falando beijinho, no diminutivo, pois estou me sentindo confiante para gritar isso nas ruas caso necessário; mas por que gritar nas ruas se posso gritar no teu ouvido? – me pergunto. Vulnerabilidade, talvez essa seja a palavra mais representativa do ano para mim. Aprendi, revivendo algumas tristezas lindas de serem descritas e alegrias novas que não imaginaria viver tão cedo, a lidar com alguns medos meus que eu não sabia que eram tão profundos. A gente sempre acha que, como diz uma velha conhecida nossa, é um medo bobo, uma besteira que já passou, mas ao tirar o lençol e ver o tamanho das nossas profundezas sem a neblina protetora que o nosso coração cria, que pouco sabemos sobre as nossas covardias mais obscuras.
Nesta fase de vida, que ando mais carente do que de costume, estou aprendendo o meu verdadeiro valor. E se valorizar, sem confundir com uma autoestima exagerada, soberba ou vagas legendas de fotos em redes sociais, é um presente que precisa de anos de amizade para ser recebido. Demoramos para sermos merecedores desse presente que muitas vezes chega sem embrulhos. Aos poucos, afundando em maneiras de me interiorizar, me vejo cada vez mais apaixonado e com orgulho das minhas leitoras, cada vez mais conversando e ouvindo os outros com mais paciência e zelo, cada vez mais carregando debaixo do braço livros que me traduzem e me abraçam quando necessário, cada vez mais ligando para os meus familiares só para perguntar como eles estão, mas, principalmente, selecionando melhor as pessoas com quem divido a energia da minha casa e do meu coração. Estou numa fase de poucos colegas, mas amores e amigos profundos.
Lidando com surpresas que não gostaria de lidar, fui, aos poucos, decidindo que não queria mais conviver com pessoas mal resolvidas ao meu lado. Sejam elas amores ou amizades. Pessoas que inflam a sua “autoestima” diminuindo os outros, que cospem verdades absolutas, que precisam esbravejar as suas opiniões para ganharem uma discussão sem fim, que se munem de preconceitos, estereótipos ou palavras torpes. Em resumo, pessoas que não conversam mais com a minha espiritualidade e a minha visão de respeito em relação ao mundo. De canto de olho e boca fechada, acho cômico perceber como muitas pessoas confundem fortalezas como forças grandiosas e ininterruptas. Como se as pessoas que construíssem em si fortalezas altas e cheias de arames farpados, fossem mais fortes e valentes do que as que pouco carregam pedras e muros consigo. Quem carrega muitas fortalezas, normalmente, vive de pouca entrega, tem medo do adeus e do olá, pede socorro quando o coração acelera, no geral, são pessoas que carregam fraquezas internas gigantescas, por isso usam de fortalezas altas e tampam a visão das suas construções intimas. Se apaixonar, assumir as carências, viver sem preconceitos ou rótulos, dizer o que se sente e ficar à mercê de uma negativa, assimilar que às vezes a gente perde, um amor, uma pessoa, uma oportunidade, é viver de peito aberto, é ser você num mundo que cobra tanto que sejamos outras pessoas.
Eu gosto de carinho e amor, mas também adoro uma putaria – não consigo achar outras palavras que definam melhor a minha relação com as mulheres que já amei. Mas, como homem, e vivendo numa sociedade que sempre me cobra prontidão sexual, é fácil admitir que gosto de sexo. É bonito, é descolado, é charmoso, demonstra pegada e virilidade, e até coloca as letras do meu nome em maiúsculo no imaginário alheio. Difícil é falar que gosto de beijinho, de abraço, de carinho nos finais de semana, e por que não nos dias de semana também? Na verdade, difícil não é dizer que gosto de carinho, mas sim, de excesso de carinho, de colo, de dormir de conchinha, de falar besteiras e recebê-las todas de volta. Para muitos, principalmente homens que riem e não admitem as suas vontades, soa como fraqueza, como coisa de menina, como uma vulnerabilidade, sobretudo na caixinha dos homens com letras maiúsculas – às vezes só as letras. Fico pensando como essas pessoas cheias de opinião e verdades conseguem viver somente o meio lado da moeda. Por que não viver os dois lados? Por que não se entregar e ser feliz na pluralidade que a vida oferece? O mundo fica tão mais gostoso quando a gente aprende que não precisa escolher lados, muito menos viver de certezas absolutas.
Ai, ai… enquanto o meu pior defeito for me entregar demais, está tudo bem. Se necessário me deixem sofrer, não hesitem. Me deixem amar quem faz os meus olhos sorrirem até ficarem puxados e sumirem, lagrimarem, dizerem poesias ou qualquer coisa que eles forem capazes de fazer. Me deixem admitir a minha carência e o medo que tenho do mundo para desconhecidos na rua, às vezes eles sabem mais sobre nós do que nós mesmos. Só, por favor, não quero chegar ao final e ouvir que não vivi, que não fui feliz pois deixei ir embora, que não pedi carinho, disse que amei ou fiz sexo no capô do carro, pois perdi a reta com medo da curva.
Eu quero alguém que me abrace quando o frio implorar por cobertores avolumados e uma cama cheia de travesseiros, mas também quero sexo com gostinho de loucura, de quatro, com puxão de cabelo e espelhos nos vigiando, mesmo quando o dia estiver lindo, até porque, dane-se, se quisermos ficar o dia inteiro na cama fodendo. É… a gente adora falar beijinho, mas também gosta de falar fodendo. Talvez assim eles aprendam que o segredo da vida seja o meio termo, o equilíbrio; dias de beijinhos na testa, dias de tapa na cara. Eu fico com os dois.

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