Por
EU ZIMA
Amigos que sufocam!
Amigos que sufocam não são verdadeiros amigos, mas sim, praticantes de
obsessões psicológicas sobre a outra ponta da amizade, ou seja, oprimem
os seus bons amigos.
De forma bem simples e, com base nas questões
das relações humanas, podemos dizer que temos conhecidos, colegas,
amigos etc. Entretanto, algumas pessoas, de forma consciente ou
inconsciente, invadem terrenos que não são delas, tudo em nome da famosa
frase: “Amigos são para todas as horas”.
Carências, desajustes,
sentimentos de rejeição, solidão, insatisfações ou imaturidades,
refletem o quanto há pessoas problemáticas e como se apóiam erradamente
nas amizades para tentar se entender ou, no mínimo, viver em uma falsa
harmonia.
Nossos amigos até poderiam ser nossas muletas, jamais as
nossas pernas. A questão da amizade transita paralelamente às questões
sentimentais, ou seja, quem ama respeita, confia e compartilha. Nas
amizades não deveria ser diferente.
Nos inúmeros comportamentos
exibidos pelos maus amigos, temos aqueles que cobram a nossa presença,
que dão broncas quando nos ausentamos e que morrem de ódio quando nos
vêem felizes com outros amigos ou com outras pessoas. Bate aquela
sensação acompanhada da certeza doentia de que estão sendo trocados e
que não merecem tal traição; então atacam ou ofendem. Tudo em nome de
uma grande amizade.
As verdadeiras e grandes amizades são
construídas pelas afinidades que nascem naturalmente em uma relação
entre pessoas; não existem imposições ou competições. Verdadeiros amigos
sabem renunciar e respeitar um afastamento se o momento assim se fizer
necessário; sabem reconhecer que é um “momento” do outro amigo. Amigos
não brigam para serem amigos, simplesmente “são amigos”.
Doar e
receber faz parte desse processo, é uma troca, é um vai e volta.
Infelizmente nem todos possuem a necessária maturidade para entender
esse momento. Abusam do ato de somente querer receber, esgotam a fonte
porque sugam desenfreada e desesperadamente o “outro”; atrevo-me a
chamá-los de vampiros do ego alheio.
Na minha profissão,
simplesmente cansei de presenciar amizades desfeitas; as pessoas enjoam
dos sugadores crônicos. Sei que muitos defenderão a idéia de que são
pessoas com problemas e que merecem sempre uma nova chance –
“Coitadinho... ele é carente!”; se há problemas psicológicos, que sejam
tratados em esferas profissionais específicas, não “dentro” das amizades
– amizades não são psicoterapias. Uma amizade deve complementar aquilo
que somos, e não, ser uma fuga de “nós mesmos”. Somente os maus amigos
acusam o outro de não ser amigo, de não ter tempo para ele, de não
querer ouvi-lo quando está extremamente atarefado; o mau amigo compete
com tudo e com todos. Na sua visão distorcida ele é o centro do mundo,
ou melhor, do universo.
Quando são manipuladores, pior ainda, porque
conseguem fazer o outro sentir-se culpado, ou seja, o bom amigo se
sente como um péssimo amigo. Jogam duro nas questões da chantagem...
“Viu como você me deixou? E ainda diz que é meu amigo!”
Para vocês,
os bons amigos, caso queiram, podem continuar nessa relação sem sentido,
ou então, podem tomar a difícil decisão de se afastarem e, caso
aconteça, não se sintam covardes ou egoístas, mas sim, defensores da
própria integridade psíquica, fato que os maus amigos nunca respeitaram.
Por Thiago Furlan
Eu quero um amigo ...
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